segunda-feira, 1 de março de 2010

Colombina e Pierrot voaram para a vida

Demorei pra voltar a registrar aqui as novas histórias dos dois pardais que nasceram em casa, na terça-feira de carnaval. Releia aqui. Mas você vai entender o motivo, ou os motivos. Como a mãe deles fez o ninho na pequena árvore que fica na varanda de casa, bem em frente à bancada onde fazemos as refeições diárias, os bebezinhos alados viraram o xodó da casa. A gente tomava café da manhã e almoçava todo dia tirando fotos e curtindo as cenas dos pequenos, pedindo comida pra mãe, sendo alimentados e se movimentando no ninho. Foi assim durante uma semana.

Na terça-feira seguinte à do carnaval percebi que apenas uma cabeça levantava pra pegar comida da mãe. Minha filha, de 9 anos, perguntou onde estava o outro, o Pierrot. Eu temi que ele tivesse morrido. No dia seguinte, quando fui tomar café levei um susto. Colombina, a que restou, estava fora do ninho, de pé em um galho.

Quando a mãe chegou, ela apanhou e, obediente,  voltou para o ninho. Na hora do almoço lá estava a sapeca de novo de pé, sozinha no galho. Soltou então a asa da direita, como se fosse se espreguiçar. Aí repetiu a dose com a asa da esquerda e vruuum. Simplesmente voou. Como se tivesse treinado aquilo a vida toda, Colombina saiu em disparada. Nem consegui ver direito pra onde. Nas horas seguintes perdi a conta de quantas vezes voltei ao local pra ver se ela tinha voltado para o ninho. Repetimos a dose à noite, no dia seguinte, no outro e... ela não voltou mais.

´Na foto interna, vi que o ninho estava realmente vazio de Colombina e Pierrot. Não dá pra dizer que fiquei completamente triste ou feliz porque, àquela altura, eles já faziam parte da família. Mas ao mesmo tempo ganhavam o mundo, pra seguir os rumos da natureza, da vida. Acho que a breve visita foi uma forma simples de ensinar pra gente, na prática, o que significa desapego. Afinal, "a gente cria os filhos para o mundo", como dizem nossos pais. Ah, pra ninguém ficar "pra baixo" com essa história, nem a gente, uma novidade: este fim de semana encontramos um outro ninho de pardal no bambu mossô, que plantamos em frente à porta de entrada de casa. Só que agora sem câmeras amadoras de BBB para vigiar a vida dos meninos.

4 comentários:

  1. Anônimo2/3/10 11:25

    lindo final desta pequena história de vida. fico feliz em saber que vcs tem olhos para aprender nas coisas simples da vida. E mais, compartilhar conosco. Bjs, Adri e Alê.

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  2. Bacana os comentários que recebi aqui e no facebook, sobre a breve história dos pequenos pardais. Isso mostra que histórias com simplicidade e conteúdo ainda mexem com a gente. Alô autores da Globo!!! Obrigado.

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  3. Oi Rinaldo. Que bom que os bichinhos puderam crescer em segurança, graças a você e sua família, que souberam protegê- los e respeitá-los . Pena que nem todos tem a mesma sorte. Um abraço

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  4. A gente está aqui, na vida, para aprender a melhorar. Se conscientizar disso já é o primeiro passo. bjs

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