Colombina e Pierrô: meus novos inquilinos

Quando fui tomar o café da manhã desta terça de carnaval percebi pela janela da cozinha essas duas cabecinhas se mexendo, na pequena árvore da varanda. Eles já eram esperados há quase 3 semanas pela mamãe pardal e pela minha família, que acompanhava voo a voo o trabalho de construção do ninho. Ela e o namorado, pra lá de empenhados, seguiam o instinto da natureza e a gente apreciava aquela mistura de determinação e knowhow. Percebi que nos ultimos dias a futura mamãe ficava mais tempo na casinha, mas pensei que se preparava para por os ovos. Agora percebo, do alto da minha ignorância, que já estavam sendo chocados. Bem que na segunda-feira de carnaval, enquanto todos caiam na folia, ela, precavida, estava reforcando a parte de baixo do ninho. Já sabia que os filhotes estavam chegando. A mãe, que acredito ser pardal, teve os filhotes, mas deu o presente pra gente espirar de camarote. Imagine logo nós, que viemos do concreto paulistano, abrigar a família de pardais na varanda da sala de jantar. Carnavalescos de nascença, batizei os dois bebês com os nomes de Colombina e Pierrô. Nunca gostei do tal Arlequim, aquele que chora preso no salão. Confesso que quando criança adorava abrir as gaiolas do meu avô pra soltar os canários dele. E ele morreu sem saber que era eu o autor do sumiço dos pássaros  (risos). Sem ironia o destino se mostra implacável: agora os pardais estão livres, morando na árvores da minha casa. Pra gernte começar bem o dia, todo dia.