quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dia do repórter - Parte II


Escrevo Aqui, Agora,  (rs) uma conversa bacana que amigos jornalistas tiveram hoje, no Facebook, depois que o jovem repórter Ricardo Cassiano, da BandNews FM flagrou um leitor de jornal que nada entendia do que estava lendo. Veja o relato do Ricardo e o que disseram os colegas:
Enquanto esperava a PRF chegar, no Nilson Nelson, para irmos à operação na Feira dos Importados hoje de manhã, resolvi comprar um lanche ali perto. Uma cena me chamou a atenção. O dono do carrinho de salgados, pessoa simples, de pele branca e razoavelmente bem vestido, lia uma manchete de um jornaleco grátis qualquer: “mulher com criança de colo rouba ‘UM-QUARTO-MIL’ reais”, relatou ao colega ao lado. Na verdade, o título dizia que a mulher havia roubado “R$ 1,4 mil”.
Logo depois, um novo comentário, sobre o governo brigar pelo reajuste do mínimo na casa dos R$ 545. “Tenho certeza que a Dilma quer é diminuir o salário”. Obviamente (pra quem?), isso é impossível!
Naquele momento, uma ficha caiu. “Gente, é pra esse ‘tipo’ de pessoa que damos informações, todos os dias”, falei pra mim mesmo. São pessoas comuns, a maioria com pouca instrução (não me refiro apenas ao grau de escolaridade) que assimilam o que escrevemos ou dizemos nos jornais. É realmente preciso enxergar isso, ter uma visão mais “RECORDística” do jornalismo. Tirar da cabeça a idéia de fazer textos pensando em como a imprensa vai receber. Por Deus! A imprensa não é nossa “cliente”!!!
Hoje eu aprendi que preciso prestar mais atenção no que o dono do carrinho de lanche pensa. Ele é a pessoa mais importante na minha profissão!

Diego Iraheta, Polyana Resende, Evie Gonçalves e outras 2 pessoas curtiram isso..

André Giusti Nosso trabalho, cara, é traduzir o que a autoridade fala, a linguagem pedante e técnica dos secretários e outros aspones. Unidade escolar? Não, escola. Procedimento cirúrgico? Não, cirurgia ou operação. Viatura? Nem pensar. Carro de polícia. E por aí vai. Achei legal a reflexão. abs.

Caiã Messina Concordo em gênero, número e grau..abs !

Diego Iraheta É isso aí, Ricardo! No mais, as tais redações convergentes não estão dando muito certo por aqui, viu (BBC, Guardian, Independent). A imprensa busca unir impresso, TV, rádio e web, mas adota um modelo considerado ultrapassado, exatamente por se ater a "padrões de jornalismo", sem focar os diversos públicos que temos hoje (inclusive ambulantes da lanchonete). Os jornalistas precisamos repensar nossa profissão e nosso jeito de fazer notícias diariamente - como você tá fazendo... Abraço!

Adriano Oliveira vou usar uma frase de um grande jornalista gaúcho, Oziris Marins. "Os fatos que mexem com a sua vida em 1º lugar" A frase solta pode não significar nada. Mas se analisar ele quer dizer. Levar a motícia que interessa e que realmente vai mudar a vida do povo e não a notícia que o governo quer. Tá certo que caímos nas "arapucas" diárias q os governantes tentam nos aplicar. Mesmo assim, temos que informar e não desinformar. Fazer jornalismo pa todos e não para os "coleguinhas". Parabéns, bela reflexão.

Mahêva Campos Aê...Ricardo eles sempre foram nosso público. Lembra dos meus exemplos malucos...até da época da TV Justiça: se a moça que serve o café para o ministro não entender...então do que vale a informação? Informação que não comunica, não é informação. Sou sua fã.

Roberta Paz É isso aí, queri! O público é o alvo e nosso dever é reportar de forma que eles entendam. Só vou discordar do jeito "RECORDístico" pq isto não tem nada a ver com um veículo ou outro e sim com a maneira que levamos a notícia às pessoas. Dent...ro de uma mesma emissora, por exemplo, vemos formas diferentes de tratar a informação. Ótimo seria se deixássemos (todos nós) de lado as "firulas" e expressões que só nós entendemos e nos rendêssemos à simplicidade, sem apelarmos para o popularesco, por vezes, vulgar e desrespeitoso.Ver mais

Ricardo Cassiano hahaha.. poxa Roberta, agora fiquei em maus lençóis. Vc, da Globo, Maheva da Record... kkkk .. mas adoro as duas "BANDimente", e ainda acho que a Record é a que mais fala a língua do povão, ainda que, às vezes, um pouco acima da dose. Um Abraço "sem bandeira"! kkkkkkk

Morillo Carvalho Ricardo, boníssimas as suas reflexões. E eu concordo com o padrão Recordístico, porque a Record fez essa opção. Adoro Roberta e Mahêva, e adoro o trabalho das duas emissoras, mas é fato que todo o jornalismo da Record fez a escolha pelo popular, e - opinião minha - está dando certo.

Rinaldo de Oliveira Parabéns Ricardão! Com sua sensibilidade, vc matou a charada cedo, cara! Merecia uma chefia por isso, pra administrar emissoras burocratizadas por aí a fora.... O brasileiro, na sua maioria não tem internet, não anda de avião, não aplica em bolsa, não tem faculdade, não sabe ler direito e tenta entender o que se diz no rádio, na tv e no jornal, quando recebe um, como vc disse. Mas tem gente que insiste em fazer jornalismo pra jornalista.... abçs amigo. Esse papo aqui vai lá pro blog de boas notícias, tá? bye

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