A proporção de fumantes no Brasil diminuiu de 16,2 para 15,5 por cento entre 2006 e 2009. A maior queda foi entre a população adulta, entre 35 e 44 anos. Eles representavam 19 por cento dos fumantes em 2006 e agora são 15,1 por cento. Hoje 19 por cento dos homens e 12,5 por cento das mulheres fumam no Brasil, segundo levantamento do Ministério da Saúde divulgado ontem. Detalhes aqui. Ainda é muita gente. Eles tem que acordar!
Como ex-fumante me sinto à vontade pra falar: é muito difícil largar o vício. A gente não enxerga, fica cego, mesmo com as campanhas que alertam sobre os riscos de morte.
Mas não é impossível parar. Eu fumava um maço, em dias normais. Chegava a um e meio, ou dois, em dias mais nervosos, que emendavam depois com uma boa noitada. Lembro na época da TV Manchete que algumas equipes não me deixavam fumar no carro. Eu pedia pra parar, e descia pra fumar entre uma entrevista e outra. Lembro também que fumava quando gravava passagem (tragava, gravava e voltava a fumar depois), falando ao telefone, depois do sexo, antes de dormir, até tomando banho... Que vergonha.. Na época da TV Cultura, eu fumava na sala fechada com ar condicionado. Coitado do Ênio Lucciola, meu chefe de reportagem e do Leonardo, chefe de redação. E eles não reclamavam. Peço aqui desculpas públicas aos dois.
Antes que você pergunte, como um viciado como eu conseguiu parar, eu repondo: essa eu devo ao Sr. Paulo Maluf. Foi dele a primeira lei que proibiu fumar em shoppings e locais públicos na cidade de São Paulo. Me senti tão marginalizado na época, que decidi parar. Fiz até uma matéria na TV Manchete, me mostrando como personagem e prometi no ar que largaria o cigarro. O último isqueiro e último maço eu dooei em um domingo. Na segunda-feira comecei a malhar em uma academia e troquei os males do fumo pela saúde do corpo. Tive uma baita ajuda moral dos colegas, da família e da Andréa, minha namorada na época. Toda vez que batia a vontade de fumar, eu mascava um Trident de canela. Essa foi a receita que deu certo pra mim: o chiclete e a vaidade. De lá pra cá se passaram 14 anos. E hoje tento descobrir por que eu fumava. Ainda não sei responder.
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