TRE decide: Arruda não é mais governador do DF

A justiça cumpriu seu papel, mas foi por um fio, digo, por um voto. O julgamento de cassação do mandato de Arruda, por infidelidade partidária, estava empatado em 3 a 3. O voto, de minerva, foi do presidente interino do TRE Lecir Manuel da Luz, que decidiu pela cassação do mandato de José Roberto Arruda. A decisão é imediata, mas só será efetivada nesta quarta-feira, depois que a Câmara Legislativa for comunicada oficialmente. Com o julgamento, Arruda não é mais governador do DF. Ele perde o cargo e também o foro privilegiado, que dá direito à prisão especial na Polícia Federal. Agora ele poderia ser levado a qualquer momento para um presídio comum, no caso aqui de Brasília, a Penitenciária da Papuda. Mas a defesa avisou que vai tentar suspender a decisão. Se os advogados conseguirem, Arruda poderá responder ao processo por perda de mandato no TSE, ainda como governador. Longe do julgamento, na prisão há mais de um mês, o governador cassado está com problema cardíaco. Segundo o médico da família, Arruda precisará fazer um cateterismo. Está com metade de uma artéria obstruída. Não deve ser fácil o que está passando, mas longe de ser coitado. E mais: nesta terça-feira, o STF recebeu o parecer da Procuradoria Geral da República que reforça a necessidade de intervenção federal no DF. No parecer de 34 páginas, Roberto Gurgel diz que é a favor da intervenção por três motivos: o governador está preso, o vice renunciou pra fugir do impeachment, e deputados distritais, que poderiam apurar o caso, também estão envolvidos no escândalo do mensalão. Gurgel alega que a intervenção não é uma violência aos poderes constituídos, mas um remédio para o câncer que se espalhou nos poderes do DF. Os ministros do STF estavam esperando o posicionamento do procurador para julgar a intervenção, o que poderá acontecer ainda esta semana. Ufa! Eita novelinha longa...